
Manifestação
na Rússia em 1917
Dia
Internacional da Mulher
A idéia de uma celebração anual dedicado às
mulheres surgiu depois que o Partido Socialista da América
organizou o dia da mulher, em 20 de fevereiro de 1909, em Nova York
— uma jornada de manifestação pela igualdade de
direitos civis e em favor do voto feminino. Durante as conferências
de mulheres da Internacional Socialista, em Copenhague, 1910, foi
sugerido, por Clara Zetkin, que o Dia da Mulher passasse a ser celebrado
todos os anos, sem que, no entanto, fosse definida uma data específica.
A partir de 1913, as mulheres russas passaram a celebrar a data com
manifestações realizadas no último domingo de
fevereiro. Em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro, no calendário
juliano, ainda na Rússia Imperial, organizou-se uma grande
passeata de mulheres, em protesto contra a carestia, o desemprego
e a deterioração geral das condições de
vida no país. Operários metalúrgicos acabaram
se juntando à manifestação, que se estendeu por
dias e acabou por precipitar a Revolução de 1917.[1]
Nos anos seguintes, o Dia da Mulher passou a ser comemorado naquela
mesma data, pelo movimento socialista, na Rússia e em países
do bloco soviético.
Em 1975, o dia 8 de março foi instituído como Dia Internacional
da Mulher, pelas Nações Unidas. Atualmente, a data é
comemorada em mais de 100 países — como um dia de protesto
por direitos ou de edulcorada celebração do feminino,
comparável ao Dia das Mães.

Funcionárias da Triangle Shirtwaist Company
Uma
origem mundial para a data - A idéia de criar o Dia da Mulher
surgiu entre o final do século XIX e o início do século
XX nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas feministas
por melhores condições de vida e trabalho, e pelo direito
de voto. Em 26 de agosto de 1910, durante a Segunda Conferência
Internacional das Mulheres Socialistas em Copenhague, a líder
socialista alemã Clara Zetkin propôs a instituição
de uma celebração anual das lutas pelos direitos das
mulheres trabalhadoras, sem contudo fixar uma data específica.
As celebrações do Dia Internacional da Mulher ocorreram
a partir de 1909 em diferentes dias de fevereiro e março, a
depender do país.[1] A primeira celebração deu-se
a 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, seguida de manifestações
e marchas em outros países europeus nos anos seguintes, usualmente
durante a semana de comemorações da Comuna de Paris,
no final de março. As manifestações uniam o movimento
socialista, que lutava por igualdade de direitos econômicos,
sociais e trabalhistas, ao movimento sufragista, que lutava por igualdade
de direitos políticos.
No início de 1917, na Rússia, ocorreram manifestações
de trabalhadoras por melhores condições de vida e trabalho
e contra a entrada da Rússia czarista na Primeira Guerra Mundial.
Os protestos foram brutalmente reprimidos, precipitando o início
da Revolução de 1917.[8] A data da principal manifestação,
8 de março de 1917 (23 de fevereiro pelo calendário
juliano), foi instituída como Dia Internacional da Mulher pelo
movimento internacional socialista.
Na
década de 1970, o ano de 1975 foi designado pela ONU como o
Ano Internacional da Mulher e o dia 8 de março foi adotado
como o Dia Internacional da Mulher pelas Nações Unidas,
tendo como objetivo lembrar as conquistas sociais, políticas
e econômicas das mulheres, independente de divisões nacionais,
étnicas, lingüísticas, culturais, econômicas
ou políticas.
Sobre a origem de comemoração do Dia Internacional da
Mulher não há concordância absoluta diante das
múltiplas manifestações de luta de mulheres por
todo o mundo. A professora e filósofa socialista estado-unidense
Angela Davis cita um evento ocorrido em 1908 em que "as mulheres
socialistas do Lower East Side, em Nova York, organizaram uma manifestação
de massa em apoio ao sufrágio igualitário, cujo aniversário
[do Dia da Mulher seria] comemorado".[9] Mas, o objetivo das
manifestações ainda eram lutas dispersas por diversos
direitos específicos, e no caso apontado, era o direito das
mulheres ao voto nos Estados Unidos.
Após isto uma das primeiras celebrações do dia
da mulher foi no dia 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, por
iniciativa do Partido Socialista da América, em memória
de uma greve, realizada no ano anterior, que mobilizou as operárias
na indústria do vestuário de Nova York contra as más
condições de trabalho.
Em 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres,
em Copenhagen, Dinamarca, dirigida pela Internacional Socialista,
quando foi aprovada a proposta, apresentada pela socialista alemã
Clara Zetkin, de instituição de um Dia Internacional
da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada.[10][11][12]
No ano seguinte, uma comemoração do Dia Internacional
da Mulher foi observada no dia 19 de março na Áustria,
Dinamarca, Alemanha e Suíça, onde mais de um milhão
de homens e mulheres participaram de manifestações que
exigiam os direitos de votar e ser votada, de trabalhar, de receber
educação vocacional e, também, o fim da discriminação
no trabalho.

Controvérsias sobre as origens - Por muitos anos, associou-se
o dia 8 de março à ocorrência de grandes incêndios
em fábricas, no início do século, quando dezenas
de operárias teriam perecido. O mais conhecido desses incidentes
é o incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist,
que realmente ocorreu, em 25 de março de 1911, às 5
horas da tarde, e matou 146 trabalhadores: 125 mulheres e 21 homens.
A fábrica empregava 600 pessoas, em sua maioria mulheres imigrantes
judias e italianas, com idade entre 13 e 23 anos. Uma das consequências
da tragédia foi o fortalecimento do Sindicato Internacional
de Trabalhadores na Confecção de Roupas de Senhoras,
conhecido pela sigla inglesa ILGWU. A acadêmica Eva Blay considera
"muito provável que o sacrifício das trabalhadoras
da Triangle tenha se incorporado ao imaginário coletivo da
luta das mulheres", mas ressalta que "o processo de instituição
de um Dia Internacional da Mulher já vinha sendo elaborado
pelas socialistas americanas e européias desde algum tempo
antes e foi ratificado com a proposta de Clara Zetkin.
Na mesma linha, a historiadora espanhola Ana Isabel Álvarez
González explica, no livro As origens e a comemoração
do Dia Internacional das Mulheres (publicado em 2010 no Brasil pela
editora Expressão Popular), que a origem da data passa ao mesmo
tempo pelos Estados Unidos e pela Rússia soviética.
A autora, que buscou fontes primárias tanto na historiografia
americana quanto na espanhola, confirma que o incêndio da Triangle
realmente ocorreu em 1911, no dia 25 de março - e não
no dia 8, lembrando que 8 de março de 1911 foi um domingo,
data improvável para a deflagração de uma greve.
Embora incêndios desse tipo não fossem incomuns à
época, González ressalta que o incêndio foi muito
significativo para o movimento operário norte-americano e para
o movimento feminista. Mas, sozinho, o incidente não explica
a origem do Dia Internacional da Mulher.
Incêndio no edifício Asch onde
a Triangle Shirtwaist Company ocupava os três últimos
andares
Além
do incêndio da fábrica Triangle, que efetivamente aconteceu,
há uma outra história bem parecida, que parece ter sido
uma simples invenção. Em 1955, Liliane Kandel e Françoise
Picq escreveram, num artigo do jornal L'Humanité, sobre o mito
de que a data teria como origem a celebração da luta
e da greve de trabalhadoras no setor têxtil de Nova York, em
1857 — as quais teriam sido duramente reprimidas pela polícia
ou mortas em um incêndio criminoso na fábrica, conforme
as diferentes versões do mito. Não há indícios
de que isso tenha ocorrido e, segundo as autoras, tais versões
parecem ter sido criadas pela Union des Femmes Françaises,
que pretendia converter a comemoração do Dia da Mulher
em uma espécie de Dia das Mães, totalmente desprovida
de qualquer sentido de luta feminina, tal qual se tornara na URSS
e nos países do bloco soviético.
Relação com a Revolução Russa - "A
23 de fevereiro estavam planejadas ações revolucionárias.
Pela manhã, a despeito das diretivas, as operárias têxteis
deixaram o trabalho de várias fábricas e enviaram delegadas
para solicitarem sustentação da greve. Todas saíram
às ruas e a greve foi de massas. Mas não imaginávamos
que este ‘dia das mulheres’ viria a inaugurar a revolução."
Leon Trótski - Em 26 de agosto de 1910, durante a Segunda Conferência
Internacional das Mulheres Socialistas, realizada na Casa do Povo
(Folket Hus), em Copenhagen, Dinamarca, Clara Zetkin propôs
a criação de uma jornada anual de protestos em prol
dos direitos das mulheres, mas sem fixar uma data específica.
A primeira comemoração oficial deu-se em 19 de março
de 1911. Em 1915, a militante comunista Alexandra Kollontai organizou
uma reunião em Cristiânia, perto de Oslo, contra a guerra.
Em 23 de fevereiro de 1917 (8 de março no calendário
gregoriano), houve uma greve de trabalhadoras russas do setor de tecelagem.
Considerada por Trotski como espontânea e não organizada,
a greve teria sido o primeiro momento da Revolução de
1917.
Após 1945 - Berlim Oriental, Unter den Linden, (1951). Retratos
de líderes da Internationalen Demokratischen Frauen-Föderation
(IDFF), na 41ª edição do Dia Internacional da Mulher.
Após 1945, nos países do chamado bloco soviético,
a data continuou a ser um feriado comemorado. Na antiga URSS, durante
a era Stalin, o Dia Internacional da Mulher tornou-se elemento de
propaganda do PCUS. Também era amplamente celebrado nos países
do bloco, na Europa Ocidental.
Na Tchecoslováquia, por exemplo, a celebração
era apoiada pelo Partido Comunista local. O MD (Mezinárodní
den en, "Dia Internacional da Mulher" em checo) era
também usado como instrumento de propaganda, visando convencer
as mulheres de que o partido realmente levava em consideração
as necessidades femininas ao formular políticas sociais. Gradativamente,
a celebração ritualística do Dia Internacional
da Mulher tornou-se estereotipada. A cada dia 8 de março, as
mulheres recebiam uma flor ou um pequeno presente do chefe. A data
foi ganhando um caráter de paródia e acabou sendo ridicularizada
até mesmo no cinema e na televisão, de modo que o propósito
original da celebração se perdeu completamente. Após
o colapso da União Soviética, o MD foi rapidamente
abandonado como mais um símbolo do antigo regime. Mas o dia
permanece como feriado oficial, na Rússia, Bielorrússia,
Macedônia do Norte, Moldávia e Ucrânia.
No
resto do Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante
as décadas de 1910 e 1920. Posteriormente, a data caiu no esquecimento
e só foi recuperada pelo movimento feminista, já na
década de 1960.
Resgate da data - Protesto do grupo feminista FEMEN contra a exploração
sexual das mulheres ucranianas, em 8 de março de 2010.
Já na década de 1970, o ano de 1975 foi designado pela
ONU como o Ano Internacional da Mulher, e o dia 8 de março
foi adotado como o Dia Internacional da Mulher pelas Nações
Unidas, com a finalidade de lembrar as conquistas sociais, políticas
e econômicas das mulheres, independentemente de divisões
nacionais, étnicas, lingüísticas, culturais, econômicas
ou políticas.
Em 2008, a ONU lançou a campanha “As Mulheres Fazem a
Notícia”, destinada a estimular a igualdade de gênero
na comunicação social mundial. Na atualidade, porém,
considera-se que a celebração do Dia Internacional da
Mulher tenha tido o seu sentido original parcialmente diluído,
adquirindo freqüentemente um caráter festivo e comercial,
como o hábito de empregadores distribuírem rosas vermelhas
ou pequenos mimos entre as suas empregadas - ação que
em nada evoca o espírito das

Maria da Penha, a farmacêutica responsável pela Lei que
leva seu nome
Lei
Maria da Penha
No
Brasil, foi em 1932, no governo Getúlio Vargas, que as mulheres
adquirem o direito ao voto. Em 2006, por sua vez, foi sancionada a
Lei n.º 11.340, de 7 de agosto de 2006, conhecida popularmente
como Lei Maria da Penha. O nome é uma homenagem à farmacêutica
que sofreu violência do marido durante anos.
A
lei é considerada um marco na história de luta das mulheres
brasileiras contra a violência doméstica.
Curiosidades sobre o Dia da
Mulher
05 de setembro é comemorado o "Dia Internacional da Mulher
Indígena" instituído em 1983. A data é uma
homenagem à mulher quéchua Bartolina Sisa, esquartejada
durante a rebelião anticolonial de Túpac Katari, no
Alto Peru (atual Bolívia).
25 de Novembro é comemorado o "Dia Internacional de Combate
à Violência contra a Mulher" instituído em
1981, no "Primeiro Encontro Feminista da latino-americano e do
Caribe", e oficialmente adotado pela ONU em 1999. A data marca
o assassinato das revolucionárias dominicanas "Irmãs
Mirabal".
25 de julho é comemorado o "Dia Nacional de Tereza de
Benguela e da Mulher Negra". A data, instituída em 2014,
é uma homenagem à líder quilombola que viveu
no Brasil no século XVIII.
Em 1908, em Nova York, cerca de 15 mil mulheres marcharam reivindicando,
dentre outros direitos, o do voto. Elas desfilaram segurando pães
e rosas, uma vez que o pão representava a estabilidade econômica,
enquanto as rosas significavam melhor qualidade de vida. Por isso,
esse movimento ficou conhecido como "Pão e Rosas".
A Marcha Mundial das Mulheres (MMM) é um movimento feminista
internacional que surgiu em diversos países no dia 8 de março
de 2000, Dia Internacional da Mulher .
Em 2010 no Brasil, a Marcha Mundial das Mulheres (MMM) foi representada
pela ação de 3.000 mulheres que caminharam, durante
10 dias 120 km, de São Paulo a Campinas.
Fonte:
Wilkpedia