"PORTUÁRIO
NÃO É UMA PROFISSÃO, É UMA DÁDIVA
DE DEUS"
(Nuno Reis)
Texto: Carlos Andrade,
da Redação
No dia 28 de janeiro, quando, em 1808 o Príncipe
Regente D. João XVI abriu os portos brasileiros para viabilizar
de vez o comércio internacional com as Nações Amigas
ele determinou, também, um divisor de águas na história
do país. Era o fim de um monopólio espanhol e português
e o começo de um novo tempo para um Brasil emergente e rico em
ouro e recursos naturais oriundos da pecuária e, sobretudo da
agricultura. O site Portosma aproveita a data e abre espaço para
portuários de boa cepa se manifestarem, cada um a seu modo, com
o objetivo de fazer justiça, sob a forma de homenagem, a esta
categoria cuja força matriz é capaz de impulsionar um
país. Além de depoimentos de portuários de "paixão"
e pofissão, como diria um dos nossos entrevistados desta edição,
temos também duas entrevistas de personalidades signifativas
que representam bem o que é ser, querer, e viver portuário:
o engenheiro civil Ronildo José Soares de Carvalho e o empresário
e Executivo Nuno da Reis da Silva. Parabens PORTUÁRIO DO MARANHÃO
E DO BRASIL, hoje, 28 de janeiro, o DIA É TODO SEU.
SOBRE A DATA HISTÓRICA: Se refere ao dia de abertura dos portos
brasileiros às nações amigas, ocorrida em 28 de
janeiro de 1808, proferida pelo Rei de Portugal D. João VI, logo
após sua chegada ao Brasil, com a família real e a corte
portuguesa. No calendário brasileiro, é
uma data para se homenagear os trabalhadores e trabalhadoras que exercem
atividades, quer administrativas ou operacionais, nos nossos terminais
e instalações portuárias, no embarque, desembarque,
armazenamento e movimentação de carga, passageiros e de
tudo o que entra e sai do nosso país por via marítima.
ENTREVISTA I
RONILDO
JOSÉ SOARES DE CARVALHO, engenheiro civil e consultor/Assessor
da Alumar
“Portuário
somos todos nós, uma categoria que não pára nunca
e promove desenvolvimento, independente da função ou do
cargo que ocupa na engrenagem marítima, esteja ele embarcado
ou não”
Ao contrário de portos, marés e alumínio, o
primeiro contato de Ronildo José Soares de Carvalho, paraibano
de nascimento, com a cidade de São Luís foi os folguedos
juninos em sua plena efervescência. Com entrevista marcada para
participar de um processo de seleção para um cargo de
engenheiro civil na Alcoa, (formado pela Universidade Federal da Paraíba)
chegou exatamente em 29 de junho de 1981, dia de São Pedro. Por
conta disso a entrevista de trabalho por certo atrasou, mas o emprego
saiu. Com experiência em montagem de grandes estruturas, uma vez
que seu primeiro emprego fora justamente na Companhia Brasileira de
Estruturas Metálicas – CIBRESME, participou de toda fase
inicial da implantação do Consórcio em suas unidades
de Reduçãoe Refinaria . Algum tempo depois, já
na Alumar, assumiu a Superintendência de Porto da companhia e
por já ficou por uma década ajudando a consolidar um projeto
que mudou para sempre o cenário portuário do Maranhão,
até então formado apenas pelo porto público do
Itaqui, e o privado de Ponta da Madeira, de propriedade da então
CVRD – Companhia Vale do Rio Doce. Portuário de carteirinha,
Ronildo nos conta, nessa entrevista, um pouco mais dessa história
rica em detalhes dessa categoria que impulsiona a economia do mundo,
do Brasil, e do Maranhão.
PORTOSMA
– Como o mar entrou pela primeira em sua vida?
RONILDO – Eu sou de uma região de praia,João Pessoa-PB,
e antes de vir para São Luís, trabalhei na construção
de alguns projetos da Petrobras em cidades litorâneas como Natal,
Fortaleza e Aracaju. Foi então que tomei conhecimento do projeto
de implantação do Consórcio de Alumínio
aqui em São Luis. Fui selecionado, passei em todos os testes,
sendo então contratado pela Alcoa. Me transferir “para
cá para nunca mais sair”
PORTOSMA – Como foi sua entrada na Alumar e em que ano?
RONILDO – Tem um fato curioso, pois cheguei para a entrevista
no dia 29 de junho de 1981, justamente no Dia de São Pedro, feriado
na capital maranhense. Por essa razão, a entrevista só
aconteceu no dia seguinte e, em sendo aprovado, um mês depois
passei a fazer a parte do grupo de engenheiros da Alcoa para tocar a
construção de toda parte estrutural da fábrica.
PORTOSMA – Nós podemos dividir o terminal da Alumar em
etapas, em fases significativas?
RONILDO – Podemos sim. Mais precisamente quanto a legislação
que regia os terminais privados (hoje TUP´s) nos anos 80, década
passada, quando os projetos CVRD e Alumar foram implantados . Primeiro,
os portos privados eram autorizados para movimentar apenas cargas próprias.
As autorizações eram feitas pelas Portobras e nela continha
uma série de restrições em suas funções
operacionais. A maioria delas eram impeditivas de operar além
do seu próprio cais. Depois, com a chegada da Lei 8.630, em fevereiro
de 1993, foi permitido aos TUP’s(Terminais Portuários Privados),
um leque de operações mais amplas, permitindo, por exemplo,
operar com cargas de terceiros. Claro que havia uma clausula de proporcionalidade,
mas representou sim um avanço e um novo momento para esses terminai.
A Lei 8.630/93 estabeleceu que as autorizações, pela União,
para construção e operação de terminas privados
seriam por meio de contrato de adesão. Instalada em 2002 a Antaq,
recém criada Agência Nacional de Transportes Aquaviários,
passou a regulamentar, seguindo a legislação a e diretrizes
do governo federal, os requisitos para os contratos de adesão
e atividades hidroviárias em geral.
PORTOSMA –Que outras novidades chegaram com essa Lei?
RONILDO – A Lei trouxe uma regulamentação das atividades
dos trabalhadores avulsos, os chamados estivadores, arrumadores, bloco
etc, que passaram a ter suas fainas geridas pelo então criado
OGMO. Foi graças a criação desses órgãose
outras ferramentas proporcionadas pela nova Lei, em todos os portos
do país, que o Brasil passou a se aproximar mais dos modelos
adotados nos grandes portos internacionais e ter melhores resultados
ganhos reais em suas relações entre de capital e trabalho,
e com as autoridades portuárias de um modo muito mais amplo.
Na prática, a Lei 8.630 implantou, dentre outros, uma série
de procedimentos em relação ao trabalho entre os operadores
portuários, trabalhadores avulsos(através dos OGMO’s)
portos públicos e terminas, , sobretudo aqueles considerados
maiores, como o porto de Santos.
PORTOSMA – A próxima etapa seria...
RONILDO – Foi a implantação da Lei 12.815 de 2013
que, em tese , veio flexibilizaralgumas situações previstas
na lei anterior, permitido terminais privados operando apenas cargas
de terceiros. Graças as facilidades trazidas pela referida Lei
dois grandes terminais privados, TPA e PSL, estão em fase de
implantação em São Luis.
PORTOSMA – Vamos precisar sua entrada como Superintendente do
Porto da Alumar.
RONILDO – Com a conclusão das estruturas da fábrica
– redução e refinaria – eu fui convidado a
entrar para o quadro da Alumar, na função de Superintendente
de Manutenção Civil; algum tempo depois passei para o
Porto(1985), assumindo em 1993-1994 a função de Superintendente.
Foi um desafio porque toda minha experiência em terminais portuários
fora adquirida aqui mesmo na Alumar, nas idas e vindas permanentes ao
terminal no decorrer de sua construção/pré operação.
O Porto já estava operando normalmente dando suporte as fábricas
de alumina e alumínio, que produziam a todo vapor e coube a nós,
enquanto superintendente, otimizar essa relação, sobretudo
como as empresas de navegação (Norsul, Mansur, Aliança
etc), rebocadores praticagem.
PORTOSMA – A Alumar acaba de bater um recorde na produção
de Alumina, São quase três milhões e em um ano atípico
por causa da pandemia. Como explicar?
RONILDO – A questão da pandemia é certo que afetou
a todos nós, porém, o mundo não parou. As pessoas
continuaram trabalhando, plantando, produzindo. Os dados da Antaq(janeiro
a outubro de 2020) mostramum aumento na movimentação de
cargas pelos portos brasileiros em 3,64% comparando-se a igual período
de 2019, apesar de queda significante do PIB do pais. Esse recorde,
mesmo sendo números de 2020, mostra que a curva ascendente se
manteve apesar do coronavírus. Quando você analisa os números
globais, é certo que muitos números são ruins,
outros, porém, bastante positivos.
PORTOSMA – Por exemplo?
RONILDO – Esse do recorde da produção de alumina
pela Alumar pode ser um deles. Outro é o setor de agronegócios.
Foi o que mais cresceu. Ainda segundo os dados da Antaq, período
citado anteriormente, o item fertilizante teve um acréscimo de
8,63% pelos portos brasileiro, com grande contribuição
do Porto do Itaqui.
PORTOSMA – Qual o seu vínculo hoje com a Alumar?
RONILDO – Depois de passar pelos quadros de funcionários
da Alcoa e da Alumar, hoje atuo como consultor/assessor do Consórcio.
PORTOSMA – Para finalizar, como o Senhor definiria o trabalhador
portuário?
RONILDO – O portuário é todo aquele profissional
que contribui, direta ou indiretamente pela evolução de
um porto. Pode ser um pedreiro, engenheiro ou eletricista. Existem muitas
atividades que servem de lastro para que um porto se mantenha ativo.
Veja o caso dos profissionais de saúde dos portos. Eles deram
tudo de si para que os demais trabalhadores não permitissem o
colapso dos terminais. Essas pessoas, assim como as demais, são
portuárias e merecem toda nossa gratidão e homenagens.
O trabalhador portuário não parou. Bateu de frente com
a pandemia, enfrentou crises. Se a gente analisar bem, o setor marítimo
é aquele que mais se expõe a qualquer tipo de virose,
porque nós trabalhamos com todas as fronteiras do mundo. Portuário
é uma denominação ampla que atinge principalmente
os Agentes Marítimos, as Praticagem, os serviços de rebocadores,
de lanchas e um universo de gente empenhada em fazer cada vez mais e
melhor pela categoria marítima do Brasil e do Maranhão.
ENTREVISTA II
NUNO
REIS DA SILVA,
empresário
executivo e diretor proprietário da Servimar Marítima
Engenharia

"O
Portuário é, em síntese, um ser iluminado"
Nascido em 1961 em Belém do
Para começou a vida no mar na Marinha de Guerra, onde serviu
como Aprendia de Marinheiro na Corveta Mearim. Daí o gosto pelo
mar. E essa historia, que começou no início dos anos 80,
não parou mais. Foram muitas as viagens em convés das
mais diversas embarcações, passando por navios, rebocadores
e dragas da CBD, Companhia Brasileira de Dragagens. Este é Nuno
Reis da Silva, 61 anos, proprietário da empresa Servimar Engenharia.
Um portuário de nascimento, paixão e opção.
PORTOSMA – Como começou sua vida de mar exatamente?
NUNO REIS – Entrei para a Marinha de Guerra como Aprendiz de Marinheiro,
na Base Naval de Belém, minha cidade de nascimento, onde fiquei
por três anos. Já marujo de convés, iniciei minha
vida de embarcado. Primeiro na Corveta Iguatemi e depois na Mearim.
PORTOSMA – E a Marinha Mercante?
NUNO – Foi aqui em São Luís no ano de 1981, quando
deixei a Marinha de Guerra e ingressei na CBD - Companhia Brasileira
de Dragagem. A data que coincide com minha transferência para
o Maranhão, pois a obra da CBD era justamente o canal da Alumar,
projeto que estava sendo implantado em São Luís, uma super
estrutura formada pelo conjunto de Refinaria, Redução
e porto.
PORTOSMA – Naquele ano Já era um terminal ativo,
recebia navios, cargas?
NUNO REIS - Lembro que o ano era 84 e os desafios daquela época
eram muito grandes, pois o fluxo de navios previstos exigia um canal
de calado mínimo de 10 metros. Foram muitos os obstáculos,
e o maior deles foi a presença de uma quantidade muito grande
de pedras, o que exigiu por parte da CBD o uso de explosivos. O objetivo
era deixar com o canal de 10 metros, e nos conseguimos. Hoje, passadas
pouco mais de três décadas, o canal está com quase
12 metros de calado e é um dos mais bem sinalizados do país.
PORTOSMA – Vamos falar de navios embarcados. Em quais convés
você trabalhou na Marinha Mercante?
NUNO REIS – Foram vários, pois trabalhei na H Dantas e
Norsul. Esta última dona dos navios Rio Jaguaribe II, Norsul
Tubarão e Norsul Trombetas. Também trabalhei como chefe
de máquinas nos rebocadores Arturos, da Saveiros/Camurianos/CBR,
e mais tarde, já na inauguração da Vale, nos rebocadores
da Servidoce. A presença de rebocadores era uma novidade no Maranhão,
prática essa que se consolidou a partir das implantações
dos portos da Alumar e da Companhia Vale do Rio Doce, mais precisamente
o Terminal de Ponta da Madeira.
PORTOSMA - Lembra do primeiro navio que atracou na Alumar?
NUNO REIS – Norsul Trombetas, e a carga era bauxita trazida de
Belém. Eu trabalhaei nessa linha por quase exatos 10 anos.
PORTOSMA – Essa que era, ou ainda é chamada de Linha do
Macaco?
NUNUO REIS - Não, a linha do Macaco compreende o trecho entre
Macapá e Trombeta. É assim chamada por ser tratar de uma
rota dentro do rio Amazonas. Era comum os navios quando encalhavam,
serem puxados pela força das correntezas até as margens
de florestas e, por conta disso, invadidos pelos macacos.
PORTOSMA – que outras rotas o Senhor fez com a Norsul?
NUNO REIS – Santos Ibituba, Santos Rio Grande carregando carvão,
e São Luís Fortaleza. Eram rotas simples, porém
exigiam demais das tripulações desses navios, considerando
que a sinalização não ajudava muito e eram os poucos
os terminais que contavam com serviços de Praticagem.
PORTOSMA – De onde vêm sua experiência com
máquinas?
NUNO REIS - Depois da minha primeira passagem pela Norsul, eu fui trabalhar
em Fortaleza no Estaleiro da Enasa. Foi lá que tive minha verdadeira
formação em mecânica naval, pintura, soldas e recuperação
de convés.
PORTOSMA – Salvatagem de navios. Vamos falar sobre esse
assunto.
NUNO REIS – O trabalhador marítimo exerce uma atividade
que exige uma especialização constante. Os acidentes,
mesmo não sendo freqüentes, acontecem vez por outra e as
primeiras ações de salvatagem são iniciadas ali
mesmo pela tripulação. Essa máxima fica ainda mais
evidente quando se navega pelo Rio Amazonas, onde operar com navios
de 20, 30 mil toneladas exige muito do comandante, pois as maiores distancias
são feitas sem o apoio de praticagem e ou/rebovadores.
PORTOSMA – É verdade que o Senhor estava a bordo quando
do encalhe do navio Norsul Trombetas, um dos primeiros grandes acidentes
no Complexo Portuário do Maranhão?
NUNO REIS – Estava sim. O ano era 1998. Nós estávamos
fundeado na área de fundeio – naquela época os navios
que iriam para Alumar fincavam ferro poucas milhas acima do Itaqui -
juntamente com o Norsul Tubarão. O prático na época
decidiu que o Trombetas ficaria atracado enquanto ele entraria com o
Norsul Tubarão. O problema é que o Norsul Trombetas “garrou”.
Ou seja, foi empurrado pelas ondas com ferro e tudo. A decisão
do Comandante foi levantar o ferro e deu força avante, quando
deveria ter optado por boreste. Essa decisão só agravou
o problema e o resultado foi perda total do navio que encalhou de forma
definitiva no banco de areia dos Lanzudos.
PORTOSMA – Qual foi a principal avaria do Norsul Tombetas?
NUNO REIS – Ele praticamente “rasgou” entre os porões
3 e 4 e só não teve conseqüências mais graves,
em termos de vidas humanas, por exemplo, porque estávamos fundeados.
15 anos depois foi montada uma operação por um grego chamado
Achiles que, por conta própria, arrastou somente a proa para
uma área mais segura. Ainda hoje se brinca que o Norsul Trombetas
se tornou o maior navio do mundo. A proa próxima da Alumar e
a popa no banco dos Lanzudos . A partir desse acidente a área
de fundeio mudou e hoje todos os navios esperam no mesmo lugar, bem
distantes dos seus terminais de destinos.
PORTOSMA – Passagens de idas e vindas, convés em
convés, e foi então que o Senhor decidiu ter sua própria
empresa?
NUNO REIS – Sim. Em 1992, sentindo a enorme demanda de serviços
portuários no Maranhão por causa da implantação
dos grandes projetos como Alumar e Vale do Rio Doce, decidir desembarcar
dos convés alheios e criar a Servimar Marítima Engenharia.
PORTOSMA – Qual foi sua plataforma inicial de prestação
de serviços?
NUNO REIS – Nosso principal cliente sempre fora a Norsul, uma
vez que já tínhamos uma relação profissional
muito sólida. No início tinha um Sindicato de Marinheiros
que prestavam serviços mais diversos embarcados. Assistência
de Blocos, convés, máquinas, recuperação
de alguns tipos de peças e maquinaria em geral. Essa demanda
era grande considerando que em São Luís não existia
tecnologia e nem pessoal habilitado pra esse tipo de serviços.
A Servimar chegou para preencher essa lacuna.
PORTOSMA – Qual o grande marco da história dos
portos no Maranhão?
NUNO REIS – Eu diria que a implantação da Alumar
foi o grande divisor de água dessa evolução, pois
não mudou apenas o conceito de indústria que se tinha.
Por ser uma fábrica de alumínio e alumina, mudou também
a própria cidade. São Luís viveu um boom desenvolvimentista
inédito, agregando para sua economia uma quantidade imensa de
médias, pequenas e micro empresas que nasceram a partir da empresa
mãe, Alumar, um consórcio nascido a partir da união
de três gigantes multinacionais: Alcoa, Billiton e Alcan.
PORTOSMA – Considerando que a Alumar recebe navios com
produtos dos mais diversos como soda cáustica, bauxita, pixe
e carvão, quais desses é mais complicado no momento da
lavagem dos porões?
NUNO REIS – Soda cáustica e amônia vem em tanques.
O pixe foi nosso primeiro grande desafio, uma vez que por se tratar
uma faina inédita, exigiu um aperfeiçoamento nos procedimentos,
o mesmo acontecendo com a bauxita. No caso do piche, por se tratar de
um produto altaente tóxico, no momento da limpeza ainda hoje
se recorre a um produto chamado creme universal para evitar queimadura
de pele. Naquele época, esse produto era produzido aqui mesmo
no Maranhão pela Merk.
PORTOSMA – E no caso dos equipamentos de cais, como grabs
e carregadores, quem os limpa?
BRUNO REIS – Essas ferramentas de apoio que fazem parte de um
conjunto operacional de embarque e desembarque de um navio, que se encontram
no cais, é de responsabilidade do próprio terminal. No
caso do terminal da Alumar, da Alumar. No caso dos terminais da Vale,
da Vale. Hoje, graças ao apoio que esses terminais nos possibilitam
com seus equipamentos, uma limpeza de porão de um navio leva
em média de uma a duas horas.
PORTOSMA – E o descarte desse “lixo” retirado
dos navios, de quem é a responsabilidade?
NUNO REIS – Como estamos falando do terminal da Alumar, é
a própria que se encarrega de dar destino a esse material recolhido,
e nada é feito aleatório. Existe um conjunto de normas,
autorizado pelas autoridades portuárias que cada empresa é
obrigada a se adequar para executar esse tido de descartes em seus próprios
terminais. Nada do que se retira nos processos de limpeza, estando o
navio atracado, vai para o mar.
PORTOSMA – Qual sua opinião sobre dois acidentes ocorridos
em nosso Complexo Portuário. O “atropelamento” do
rebocador Rigel, ocorrido em 1993, pelo navio Mont Athos, e este agora,
em 2020, do Stella Banner?
NUNO REIS – No caso do Rigel, eu já não trabalhava
mais lá. Porém, minha experiência com rebocadores
diz que houve imprudência do navio e de seus tripulantes e a inexperiência
do comandante do rebocador Rigel. No caso do Stellar Banner, não
tenho dúvidas, o comandante errou.
PORTOSMA – O que é ser portuário em sua opinião?
NUNO REIS – Hoje não saberia mais lhe responder, mas antes,
ser portuário era um profissional que gostava de trabalhar com
carga, viagens, movimentação. Porto é para quem
gosta não é para quem quer. Ser portuário não
é uma profissão, é uma dádiva que Deus nos
dá. O portuário é, em síntese, um iluminado.
O
PORTUÁRIO NA DEFINIÇÃO DE PORTUÁRIO
CMG
ALEKSON BARBOSA DA SILVA PORTO,
Capitão dos Portos do Estado do Maranhão
Hoje comemoramos o Dia dos Portuários, seguindo o júbilo
da Abertura dos Portos desde 1808, é com grande satisfação
que parabenizo tão importante parcela do sistema do comércio
marítimo brasileiro, o qual é compreendido todas as estruturas
para funcionamento da logística portuária. Considerando
a finalidade desse setor, o complexo fixo é parte essencial para
que o manuseio da carga seja ótimo, a complexa estrutura de um
sistema logístico portuário, é importante observar
a conexão entre as partes citadas e como um tripé, se
uma das categorias estiver fragilizada, as restantes não funcionarão
bem.
Bravo Zulu aos Portuários brasileiros, parabéns pelo excelente
e essencial trabalho em nossos portos públicos e privados.
LUSIVALDO
MORAES DOS SANTOS,
Presidente do SINDPORT/MA
“O Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Portuários
do Estado do Maranhão – SINDPORT/MA, parabeniza todos os
portuários e portuárias brasileiros, em especial os do
Porto Público do Itaqui, dos Terminais Privados da Ponta da Madeira
(VALE) e da ALUMAR e de nossas demais instalações portuárias
maranhenses de menor porte, incluído os profissionais das administrações
portuárias, avulsos, operadores, arrendatários, agentes
de navegação e demais trabalhadores da área portuária.
Ressaltando a superação desses profissionais, que mesmo
afetados pelas dificuldades impostas pela Pandemia do Covid-19, tem
buscado novas formas de trabalho, que vem garantindo o atendimento regular
dos navios, inclusive, com excelentes resultados, como foi o caso do
Porto do Itaqui, administrado pela Empresa Maranhense de Administração
Portuária – EMAP, que em 2020, superou recordes históricos
de movimentação de carga e de outros indicadores de desempenho,
o que nos dá esperança de que tempos melhores virão
e com demonstração de que, nossos portuários vêm
cumprindo a missão de exercer suas atividades com qualidade,
segurança e sustentabilidade, o que faz com que os nossos portos
maranhenses, sejam cada vez mais indutores do crescimento econômico
e social do estado do Maranhão e do Brasil”.
NILO
MONTEIRO DE CARVALHO
Diretor Executivo da Smart Pilots
“Hoje, dia do portuário, uma homenagem especial
a esse universo de anônimos que trabalham levando e trazendo riquezas.
Nada mais justo do que prestar este tipo de reconhecimento sucinto à
aqueles que diuturnamente se dedicam ao verdadeiro intercâmbio
de riqueza e de cultura. O portuário é um desconhecido,
ele vai do Amarrador, Marítimos, Guardas Portuários, Controladores
de carga, Estivadores, Conferentes de Carga, Agentes de navegação,
Práticos, ao mais alto Administrador. Sempre haverá o
mentor, o executor, o produtor, no intercâmbio de recebimento
e leva de cargas de riqueza do nosso estado. Pois o portuário
produz, quer faça sol ou faça chuva. Através do
porto e dos portuários foi que nos desenvolvemos e a humanidade
evoluiu. Pois como bem disse muito antes de Cristo o General Romano
Petrarca: Navegar é preciso, viver, não é preciso".
SÍLVIO
AGUIAR,
Diretor Executivo da Granel Química
“Neste
momento especial da economia brasileira, onde algumas categorias se
destacam pela importância do seu trabalho em tempos difíceis
por conta da pandemia do coronavírus, o setor portuário
de um modo geral, e o trabalhador portuário em particular, merece
toda nosso reconhecimento e gratidão. Graças a esse segmento
ativo da nossa economia, aliada a uma capacidade ímpar de sempre
realizar, o Brasil, em especial o Maranhão, estão conseguindo
seguir seu curso em direção ao desenvolvimento que só
o porto, com suas multi-atividades correlatas, como a de tancagem, por
exemplo, consegue promover”
JOSÉ
CARLOS MICAS,
da Camorim Serviços Marítimos
“Trabalhadores portuários, são vocês os principais
responsaveis pela engrenagem portuária. Dia 28.01 comemoramos
o seu dia, porém, mais que os parabéns, vocês são
merecedores também dos nosso agradecimento, respeito e admiração.
Desejamos a cada um de vocês um forte abraço por este dia
mais que especial”
JOSÉ
WELLINGTON PEREIRA DA SILVA,
da Gerência de Operação de Máquinas de Pátio
da mineradora Vale
“Iniciei minha jornada na vida portuária em 1999 e passei
a integrar a equipe Vale em 2007. Passei por diferentes áreas
como no virador de vagões e torre de amostragem do laboratório
ainda enquanto contratada. Já na Vale atuei em áreas como
a operação de equipamento de instalações,
operação de rota no embarque, operação de
máquinas de pátio e hoje como técnico de área,
contribuo na prevenção da vida dos colegas, avaliando
o cenário das atividades a serem realizadas. Aqui aprendi que
segurança e produção precisam caminhar juntos para
que possamos chegar à excelência. Tenho muito orgulho da
minha profissão com a qual conquistei tudo que tenho. Para mim
ser portuário significa trabalhar com amor e amar o que se faz.
Nesse dia queria dar os parabéns a todos os portuários
que ajudam para o desenvolvimento do país nos diversos portos
mo Maranhão e no Brasil”.
LUIZ
INÁCIO,
da GMS Brazil
“Frente a um mundo altamente globalizado, com desafios variados,
o porto funciona como portal de entrada de mercadorias essenciais para
o bom andamento da economia e do abastecimento necessário para
a população bem como portal de saída de nossas
riquezas. E nesse cenário, o PORTUÁRIO se destaca como
elemento fundamental para que essas operações possam ser
realizadas com segurança e com extrema habilidade, dentro de
um tempo hábil, garantindo a segurança de todos os envolvidos
e integridade dos produtos. A GMS nesse cenário apresenta uma
gama de soluções para a área portuária,
com profissionais altamente capacitados e com uma estrutura flexível
e completa para atender às demandas locais e de clientes nacionais
e internacionais. A GMS se orgulha em pertencer a esse seleto grupo
de portuários e contribuir de maneira ativa para que, mesmo frente
às adversidades e todos os problemas hoje enfrentados com a pandemia,
conseguimos manter as operações de forma ativa sempre
prezando pela qualidade, responsabilidade e segurança”.
GUILHERME
ELARRAT ELOY,
Diretor Presidente da COPI
“A COPI - Companhia Operadora Portuária do Porto do Itaqui,
agradecce pela importante contribuição, profissionalismo
e excelentes resultados da categoria. A comunidade portuária
é âncora e força para a produtividade no cenário
nacional. Dia 28.01. Parabéns ao Portuário”
VEJA
TAMBÉM:
PORTUÁRIO,
A FORÇA MOTRIZ QUE FAZ A RODA DO PORTO GIRAR
ALUMAR
COMPLETA 40 ANOS DE ATIVIDADES NO MARANHÃO
A
HISTÓRIA DE UM PROJETO GRANDIOSO QUE MUDOU OS RUMOS DO MARANHÃO